A cultura é o pensamento de um povo, de uma nação, de uma região; é o conjunto de valores, comportamentos, símbolos, sentidos e significados constantemente reelaborados. Enquanto modo de vida, a cultura exprime as peculiaridades de cada sociedade, etnia, grupos e etc., influencia nossas atitudes, ideias e valores. Sobretudo, a cultura compõe nossas identidades e relações sociais.
Refletir sobre ela não é uma tarefa fácil, pois divide opiniões e engloba complexidades. Compreender suas extensões e particularidades é uma tarefa complicada, mas extremamente importante na construção de uma nova compreensão de mundo.
Nesse sentido, é preciso ir além da retórica e agir em prol da democratização dos espaços culturais, do debate sobre a pluralidade cultural, oportunizando apresentações artísticas e momentos de reflexão sob as mais variadas temáticas, afinal a cultura possui incomensuráveis interfaces e transpassa diversas áreas e questões.
Na periferia diferente dos grandes centros urbanos, seus moradores apesar de marginalizados pela escassa infra-estrutura urbana e pela ausência de espaços de lazer e entretenimento, não estão unicamente fadados à influência da indústria cultural, afinal as pessoas não apenas sobrevivem nos bairros pobres, mas vivem e protagonização soluções criativas para a situação de abandono e exclusão social.
É preciso romper com o rótulo impresso aos moradores das periferias vistos como simples consumidores de uma a cultura criada e distribuída somente do centro ou "elite" disseminada pela tão poderosa indústria cultural. Não estamos qualificando as produções culturais, mas problematizando essa domesticação imposta pela indústria cultural, tão qual apontavam os frankfurtianos.
Acreditamos que através do compartilhamento, respeito e diálogo podemos nos aproximar aos movimentos culturais que acreditam no poder transformador da cultura e na potencialidade dos artistas, moradores e colaboradores “periféricos”. Acreditamos ainda, que a cultura é o mais singular de uma comunidade, e que por isso é preciso conhece-la, respeita-la e sempre que necessário fomenta-la, afinal não é esse nosso papel de militantes e apreciadores da cultura popular?
Bárbara Cristina Sá
Cientista Social - UNIFESP
Bárbara Cristina Sá
Cientista Social - UNIFESP
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