1.2.11

Geração de resíduos sólidos no Brasil e em Guarulhos


A população brasileira chegou ao século XXI predominantemente urbana. De acordo com o Censo Demográfico de 2000 a população brasileira era de 169.590.693 habitantes, sendo que 81,25% (137.953.959 pessoas) viviam em situação urbana e 18,75% (31.845.211 pessoas) em situação rural, ou seja, a população urbana era 4,3 vezes maior que a rural. Segundo o Censo de 2010 a população urbana brasileira representa 84,35% do total.

Foi a partir de 1950 que o Brasil deixou de ser um país de características rurais para caminhar no sentido de um país mais urbanizado e junto com o crescimento dos aglomerados urbanos surgem problemas socioambientais característicos, entre os quais está a questão dos resíduos sólidos. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2000, publicada em 2002 pelo IBGE, há uma tendência de aumento da geração informada do lixo domiciliar per capita em proporção direta com o número de habitantes. Por exemplo, nas cidades com até 200.000 habitantes, estima-se que a quantidade coletada varia de 450 a 700 gramas de resíduos gerados por habitante/dia, e nas cidades acima de 200 mil habitantes a quantidade aumenta para 800 a 1200 gramas por habitante/dia.

Diariamente são coletados, no Brasil, 125.281 toneladas de resíduo domiciliar, para os quais deve ser dado destino final adequado para não prejudicar a saúde da população e não causar danos ao meio ambiente, porém 47, 1% são destinados adequadamente (aterros sanitários) e 52, 8% de forma inadequada (22,3% para aterros controlados e 30,5% para lixões).

Este quadro pode sofrer importantes mudanças daqui pra frente, pois dia 2 de agosto de 2010 foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) a qual obriga a União e os Estados a estabelecer metas para eliminarem os lixões.

Guarulhos, que teve seu Lixão substituído por um Aterro Controlado em 1997, desde 2001 possui um Aterro Sanitário, o qual teve índice 9,8 pelo Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos da Cetesb, em 2007.

Guarulhos possui, atualmente, 1.222.357 habitantes, produzindo em média 1 kg de resíduos por pessoa por dia, ou seja são aproximadamente mil toneladas de resíduos por dia sendo encaminhados para o aterro sanitário no município.

Apesar dos resíduos domiciliares de Guarulhos serem encaminhados para um local que não prejudica a saúde e o meio ambiente, devemos buscar alternativas para evitar que esta quantidade enorme seja destinada ao aterro, pois chegará o dia em que o espaço no aterro se esgotará e ninguém quer que seja construído um aterro do lado de sua casa.

A Agenda 21, documento assinado por 179 países na Conferência das Nações Unidas pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, nos ensina que “o manejo ambientalmente saudável de resíduos deve ir além da simples deposição ou aproveitamento por métodos seguros dos resíduos gerados e buscar desenvolver a causa fundamental do problema, procurando mudar os padrões não-sustentáveis de produção e consumo.” A Política Nacional de Resíduos Sólidos deixa claro que, na gestão adequada do resíduos, antes da disposição está, nesta ordem de prioridade, a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem (art. 9º, Capítulo I, Título III).

Portanto se faz urgente que as pessoas consumam apenas o necessário, busquem reaproveitar os materiais antes de se desfazer deles, e então separa-los e encaminha-los para cooperativas, contribuindo também com a geração de trabalho e renda para os catadores que exercem papel fundamental na limpeza da cidade e na diminuição dos recicláveis que vão para o aterro sanitário.

Lígia Gonçalves de Locco
Graduada em Gestão Ambiental - USP

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